domingo, 5 de março de 2017

Hipertensão Arterial na Infância


O controle da pressão arterial é feito por vários órgãos do nosso corpo, dentre eles o coração, os rins, o sistema nervoso e o sistema endócrino. 
A hipertensão é uma doença crônica que afeta cerca de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, e é considerada um fator de risco independente importante para doenças cardiovasculares, como infartos e AVCs, além de ser uma das principais causas de doença renal crônica em adultos. A hipertensão afeta cerca de 1% da população pediátrica.
Em crianças a classificação de hipertensão difere um pouco do adulto, usando critérios de idade e estatura para definir qual o valor de normalidade, portanto, uma determinada medida pode ser normal para um pré-adolescente mas ser elevada para um lactente de 2 anos.
Em crianças menores de 6 anos a hipertensao geralmente é secundária a outra doença, como cardiopatias congênitas, malformações vasculares e malformações renais. A partir desta idade começa a haver um aumento dos casos de hipertensao primária. 
Alguns estudos mostram que crianças que apresentam uma medida de pressão arterial mais elevada, mesmo que ainda esteja dentro da normalidade, tem uma chance maior de se tornar um adulto hipertenso. Por isso a sua aferição e acompanhamento são importantes, pois já nos sinaliza as crianças que merecem atenção especial nas mudanças de estilo de vida para reduzir o risco de hipertensão na vida adulta. 
Conforme consenso mundial a medida da pressão arterial deverá ser realizada em todas as crianças acima de 3 anos. Antes dessa idade a medida deverá ser realizada nos pacientes que apresentem qualquer outro tipo de doença crônica, principalmente aquelas com diagnósticos de doenças cardíacas, renais ou endocrinológicas.
A verificação da pressão em crianças é feita como nos adultos, com o paciente sentado e o braço na altura do coração, mas deverá ser utilizado um manguito adequado ao tamanho da criança. Existem 4 tamanhos diferentes de manguitos utilizados em pediatria, pois o uso de tamanho incorreto pode nos dar também uma medida incorreta, o que levaria a falsos diagnósticos. 
Para se firmar o diagnóstico de Hipertensão Arterial deverão ser feitas pelo menos duas medidas em momentos diferentes, e a criança deverá estar calma e ter feito cerca de 10 minutos de repouso. 
A partir do diagnóstico inicia-se uma investigação mais profunda, dependendo da idade de detecção e da história clínica, para tentar descartar hipertensão secundária.
O tratamento da hipertensão se baseia em dois pilares:
 1- tratamento não farmacológico, ou seja, sem uso de medicação, com modificações do estilo de vida;
 2- tratamento farmacológico (uso de medicações antihipertensivas), e deverá ser sempre orientado pelo médico.
O tratamento não farmacológico é indicado para todos os pacientes, mesmo os que receberão medicação, pois ele não só ajuda a reduzir os níveis pressóricos como também reduz o risco de eventos cardiovasculares. Está indicado também para pacientes normotensos, que tenham forte tendência a hipertensão, como os que têm história familiar positiva, pacientes com sobrepeso, diabetes ou que mantém a medida da pressão dentro do limite máximo da normalidade. 
O tratamento não farmacológico inclui modificações no estilo de vida, como controle do peso corporal, prática de atividades físicas, melhora na dieta, com redução do consumo de sódio e melhora na ingestão de potássio, redução no consumo de alimentos processados e estímulo ao aleitamento materno. 



**em pacientes hipertensos a prática de exercícios físicos deverá ser orientada pelo médico.




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