quinta-feira, 2 de março de 2017

O que é doença renal crônica?


Uma doenca é considerada crônica quando ela é progressiva e irreversível. A doença renal crônica (DRC), portanto é a doença que afeta os rins levando a perda progressiva da sua função, sendo uma doença sem cura. O tecido renal termina sua formação por volta da 34 semana de gestação e após este período não há formação de novas células renais, o que significa que o tecido renal perdido em decorrência de qualquer agravo, não irá se regenerar. 
A Doença Renal Crônica é classificada em estágios que variam de 1 a 5, de acordo com a presença de lesão renal associada ao "clearence" estimado. O clearence representa a capacidade de o organismo eliminar determinada substância, estimando de maneira indireta a quantidade que os rins estão funcionando. Uma maneira de definir o clearence é a partir de um cálculo que usa a dosagem da CREATININA. A dosagem da creatinina é feita através da coleta de uma amostra simples de sangue. Está é a maneira mais usada para calcular a função renal em pediatria. Dentro desta classificação o estágio 1 de DRC é descrito como presença de uma lesão renal, malformação por exemplo, mesmo que o rim ainda seja capaz de executar todas as suas funções, ou seja, o clearence estimado está dentro da normalidade, mas a presença de uma lesão no tecido renal já indica que esse rim pode perder progressivamente a sua função, e deve-se manter vigilância para minimizar ou retardar a velocidade dessa perda. Os próximos estágios são classificados de acordo com a redução do clearence de creatinina, sendo o estágio 5 chamado de Doença Renal em Estágio Terminal (DRET), momento no qual há a indicação de terapia de substituição renal (TSR), através de diális ou transplante renal. Importante salientar que a doença se mantém assintomática até por volta do estágio 4, ou seja, quando a perda da função já é bem pronunciada.
A DRC atinge cerca de 10% da população mundial, com aproximadamente 2,7 milhões de pacientes em terapia de substituição renal. A incidência de DRC em crianças é muito menor do que em adultos, porém na faixa etária pediátrica ela traz efeitos devastadores sobre o crescimento e o desenvolvimento da criança. Estima-se que no Brasil existam cerca de 1.300 pacientes pediátricos em diálise. 
A DRC também difere do adulto no que se refere a causa para a perda de função renal. Enquanto no adulto hipertensão e diabetes estão entre as principais causas, na pediatria as malformações renais aparecem como causa principal, portante qualquer alteração identificada em exames de rotina, mesmo durante o pré-natal deverão ser avaliadas para a possibilidade de alteração funcional do rim.
Quando se institui o tratamento nos estágios iniciais da doença, há possibilidade de retardar a evolução para o estágio terminal, aumentando o tempo de sobrevida renal, melhorando as condições físicas do paciente enquanto a doença progride e preparando a criança e a família para o momento de início de diálise ou para o transplante renal. Desta maneira o paciente chega a Terapia de Substituição Renal  em melhores condições clínicas e mais tardiamente. Por isso é tão importante o diagnóstico precoce e inicio de tratamento o mais rápido possível, pois isso minimiza os riscos de complicações ao longo da evolução da doença e uma melhor qualidade de vida para o paciente. 







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